sábado, 25 de outubro de 2008

O Latifúndio na Amazônia

Não é de hoje o interesse do imperialismo, notadamente o ianque, pelas terras amazônicas. Um bom exemplo é Fordlândia, megaprojeto criado nos anos 20 pelo pioneiro da indústria automobilística, o americano Henry Ford, que queria transformar o Pará num centro mundial de produção de borracha. Como sempre, os estrangeiros não aparecem como proprietários da floresta. Ontem, valiam-se de testas-de-ferro vendilhões da pátria. Hoje modernizaram-se, lançando mão de mecanismos como as ONGs, demarcação de reservas indígenas, aluguel de terras, repressão ao movimento camponês, manutenção e expansão do latifúndio e consolidação das relações de produção semifeudais e até escravas, Tudo com o beneplácito do Congresso e a cumplicidade do monopólio dos meios de comunicação, sempre promovendo a desinformação para legitimar os atos de lesa-pátria de nossas "autoridades".

Senão vejamos:

O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, órgão notoriamente ligado ao imperialismo) anunciou que entre junho e setembro de 2007 a área devastada da floresta aumentou 60% no Pará, 80% no Mato Grosso e 600% em Rondônia, comparado com o mesmo período de 2006. Informou, em seguida, que fevereiro houve um acréscimo de 13% em relação a janeiro na área desmatada.

Embora a Amazônia tenha sido devastada continuamente, o noticiário alarmista objetiva tão somente reforçar a idéia de que os brasileiros são incapazes de cuidar da Amazônia, justificando-se, assim, a "gestão internacionalmente compartilhada" da floresta. Apontado como responsável pelo desmatamento, inclusive em áreas de proteção, o movimento camponês, num verdadeiro malabarismo com a ciência, é convertido em principal personagem dessa farsa: a aceleração do desmatamento nos últimos anos tem relação direta com o crescimento do latifún dio, seja de novo tipo — o chamado agronegócio — ou do velho tipo, que explora força de trabalho escrava e semi-escrava nos grotões da Amazônia.

O Ministério do Trabalho publica, periodicamente, uma Lista Suja do trabalho escravo. A mais recente arrola nada menos que 183 latifúndios, alguns com o mesmo proprietário, a grande maioria na região amazônica. Porém esses são apenas os casos descobertos pelos fiscais. Nenhum desses latifúndios flagrados foi confiscado pelo Estado. Além disso, diante das dimensões da Amazônia, pode-se apostar que essa prática ocorre em quantidade muito maior.
Com todo tipo de estímulo governamental, acelera-se a expansão do chamado agronegócio em todos os estados do Norte. Há anos a chamada fronteira agrícola vem não só destruindo a floresta, como expulsando imensos contingentes de camponeses cada vez mais para cima no mapa. O gerenciamento de Rondônia oferece 10 anos de isenção fiscal a produtores de cana de açúcar, sem definir se eles vão produzir cana entre as árvores ou se vão desmatar para o cultivo.

Outro caso emblemático ocorreu no município paraense de Tailândia, onde a população — 60 mil pessoas, na maioria camponeses pobres que foram praticamente expulsos de suas terras pelo latifúndio que domina o Pará — rebelou-se contra a ação policial nas pequenas serrarias que fazem a economia da cidade, combatendo-a durante 12 horas. A produção ilegal de carvão se destina a abastecer as siderúrgicas que processam o ferro gusa exportado a preço de banana. Muitas vezes, são os camponeses que assumem a conservação dos "carreadores", caminhos abertos no meio da selva para o transporte das toras, porque o Estado jamais se preocupa em fazer obras rodoviárias para os que mais precisam delas.

As grandes madeireiras, controladas por capitais transnacionais, essas sim estão de olho em grandes pedaços da floresta. Desde 2006 contavam com a lei de concessão de florestas públicas, que literalmente desnacionaliza regiões inteiras da Amazônia brasileira. Agora contam com a Medida Provisória 422, que dispensa de licitação a venda de terras públicas do Incra até 1500 hectares.

Por todo o mundo, a internacionalização da Amazônia é apregoada por centenas de ONGs conservacionistas, que se instalam na região com dinheiro oriundo de governos europeus, do USA e de empresas transnacionais, e denunciando a destruição da floresta ao mesmo tempo em que roubam descaradamente suas riquezas vegetais e minerais. Muitas das áreas classificadas como reserva, florestas nacionais, reservas indígenas, etc. estão localizadas sobre grandes jazidas de minérios estratégicos e foram demarcadas por pressão do imperialismo, graças às atividades dessas ONGs.

A União Européia começa uma ameaça com boicote comercial se o gerenciamento brasileiro não se mexer contra a devastação. O primeiro sinal foi a suspensão das importações de carne bovina, exigindo-se apenas 300 produtores no negócio, e a restrição à compra de soja produzida em áreas de desmatamento.

Todas as exigências preservacionistas não passam de manobra do imperialismo para continuar usufruindo do melhor que há na floresta.

Por José Ricardo Prieto

Poluição por produtos químicos

Fundamental para a vida em nosso planeta, a água tem se tornado uma preocupação em todas as partes do mundo. O uso irracional e a poluição de rios, oceanos, mares e lagos, podem ocasionar, em breve, a falta de água doce, caso não ocorra uma mudança drástica na maneira com que o ser humano usa e trata este bem natural.

Os principais fatores de deteriorização dos rios, mares, lagos e oceanos são: poluição e contaminação por produtos químicos e esgotos. O homem tem causado, desde a Revolução Industrial (segunda metade do século XVIII), todo este prejuízo à natureza, através dos lixos, esgotos, dejetos químicos industriais e mineração sem controle.

Em função destes problemas, os governos com cosnciência ecológica, tem motivado a exploração racional de aqüíferos (grandes reservas de água doce subterrâneas). Na América do Sul, temos o Aqüífero Guarani, um dos maiores do mundo e ainda pouco utilizado.Grande parte das águas deste aqüífero situa-se em subsolo brasileiro (região sul).

Pesquisas realizadas pela Comissão Mundial de Água e de outros órgão ambientais internacionais afirmam que cerca de três bilhões de habitantes em nosso planeta estão vivendo sem o mínimo necessário de condições sanitárias.Cerca de um milhão não tem acesso à água potável. Em razão desses graves problemas, espalham-se diversas epidemias de doenças como diarréia, leptospirose, esquistossomose, hepatite e febre tifóide, que matam mais de 5 milhões de pessoas por ano, sendo que um número maior de doentes sobrecarregam os hospitais e postos de saúde

Com o intuito de buscar soluções para os problemas dos recursos hídricos da Terra, foi realizado no Japão, entre 16 e 23 de março de 2003, o III Fórum Mundial de Água. Políticos, pesquisadores e autoridades de diversos países aprovaram vários documentos que visam a tomada de atitudes para resolver os problemas hídricos mundiais. Estes documentos, reafirmam que a água doce é extremamente importante para a vida e saúde das pessoas e defende que, para que ela não falte no século XXI, alguns desafios devem ser urgentemente superados: o atendimento das necessidades básicas da população, a garantia do abastecimento de alimentos, a proteção dos ecossistemas e mananciais, a administração de riscos, a valorização da água, a divisão e a eficiente administração dos recursos hídricos do planeta.

Embora muitas soluções sejam buscadas em esferas governamentais e em congressos mundiais, no dia-a-dia todas as pessoas podem colaborar para que a água doce não falte no futuro. A preservação, economia e o uso racional da água deve estar presente nas atitudes diárias de cada cidadão. A pessoa consciente deve economizar, pois o desperdício de água doce pode trazer perigosas conseqüências num futuro pouco distante. destes países.

Curiosidade:

Produtos que mais poluem os rios, lagos e mares: detergentes, óleos de cozinha, óleos de automóveis, gasolina, produtos químicos usados em indústrias, tintas, metais pesados (chumbo, zinco, alumínio e mercúrio).

O nitrogênio e o fósforo são elementos essenciais para a vida aquática, mas o excesso desses elementos, provocado pela poluição, podem causam um crescimento acelerado na vegetação aquática. Com isso, sobra menos oxigênio, podendo até mesmo matar os peixes daquele rio ou lagoa.

Talvez mais perigosa do que o lixo dos esgotos é a poluição química das indústrias, que jogam toneladas e mais toneladas de produtos químicos diretamente nos rios, sem qualquer processo de filtragem.

A exploração de ouro nos rios da Amazônia, por exemplo, usa o mercúrio para separar o ouro de outros materiais. Esse mercúrio, depois de usado, é jogado diretamente nos rios, matando grande quantidade de peixes e plantas. Com isso, nem os seres vivos dos rios podem sobreviver, nem o homem pode usar a água para beber, tomar banho ou regar plantações.

Como Contribuir Para Evitar A Poluição dos Rios

  1. Não jogue lixo nas águas dos rios.
  2. Não canalize esgoto diretamente para os rios.
  3. Não desperdice água, em casa ou em qualquer outro lugar.
  4. Observe se alguma indústria está poluindo algum rio e avise as autoridades sobre a ocorrência.

Rios Poluídos

A poluição da água é a introdução de materiais químicos, físicos e biológicos que estragam a qualidade da água e afeta o organismo dos seres vivos. Esse processo vai desde simples saquinhos de papel até os mais perigosos poluentes tóxicos, como os pesticidas, metais pesados (mercúrio, cromo, chumbo) e detergentes .

A poluição mais comum é aquela causada pelo lixo que o homem joga nos rios. O crescimento das cidades e de sua população aumentaram os problemas, porque o tratamento de esgotos e de fossas não conseguiu acompanhar o ritmo de crescimento urbano.

Produtos químicos e sujeira dos esgotos são jogados diretamente nos rios ou afetam os lençóis d’água que formam as nascentes. O excesso de sujeira funciona como um escudo para a luz do sol, afetando o leito dos rios e seu ciclo biológico. Ou seja, as plantas e animais que nele vivem passam a sofrer problemas.

Rio Sem Poluição

Os rios são fonte de vida. Desde a Antigüidade, suas águas são essenciais para que as pessoas possam viver, bebendo, banhando-se, navegando, além de outras utilidades. Mais recentemente, até mesmo energia elétrica é produzida pela força das quedas d’água dos rios, iluminando as cidades.

Um rio sem poluição é aquele em que os peixes e as plantas crescem naturalmente, tem águas limpas e cristalinas. Sua água serve para regar plantações, tomar banhos e também para beber. Para um rio ser assim, é preciso que não se jogue lixo, nem esgoto diretamente nele.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Efeito Estufa


O Efeito Estufa é a forma que a Terra tem para manter sua temperatura constante. A atmosfera é altamente transparente à luz solar, porém cerca de 35% da radiação que recebemos vai ser refletida de novo para o espaço, ficando os outros 65% retidos na Terra. Isto deve-se principalmente ao efeito sobre os raios infravermelhos de gases como o Dióxido de Carbono, Metano, Óxidos de Azoto e Ozônio presentes na atmosfera (totalizando menos de 1% desta), que vão reter esta radiação na Terra, permitindo-nos assistir ao efeito calorífico dos mesmos.
Nos últimos anos, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera tem aumentado cerca de 0,4% anualmente; este aumento se deve à utilização de petróleo, gás e carvão e à destruição das florestas tropicais. A concentração de outros gases que contribuem para o Efeito de Estufa, tais como o metano e os clorofluorcarbonetos também aumentaram rapidamente. O efeito conjunto de tais substâncias pode vir a causar um aumento da temperatura global (Aquecimento Global) estimado entre 2 e 6 ºC nos próximos 100 anos. Um aquecimento desta ordem de grandeza não só irá alterar os climas em nível mundial como também irá aumentar o nível médio das águas do mar em, pelo menos, 30 cm, o que poderá interferir na vida de milhões de pessoas habitando as áreas costeiras mais baixas.
Se a terra não fosse coberta por um manto de ar, a atmosfera, seria demasiado fria para a vida. As condições seriam hostis à vida, a qual de tão frágil que é, bastaria uma pequena diferença nas condições iniciais da sua formação, para que nós não pudessemos estar aqui discutindo-a. 
O Efeito Estufa consiste, basicamente, na ação do dióxido de carbono e outros gases sobre os raios infravermelhos refletidos pela superfície da terra, reenviando-os para ela, mantendo assim uma temperatura estável no planeta. Ao irradiarem a Terra, parte dos raios luminosos oriundos do Sol são absorvidos e transformados em calor, outros são refletidos para o espaço, mas só parte destes chega a deixar a Terra, em consequência da ação refletora que os chamados "Gases de Efeito Estufa" (dióxido de carbono, metano, clorofluorcarbonetos- CFCs- e óxidos de azoto) têm sobre tal radiação reenviando-a para a superfície terrestre na forma de raios infravermelhos.



sábado, 18 de outubro de 2008

O Buraco na Camada de Ozônio





A camada de ozônio é uma capa desse gás que envolve a Terra e a protege de vários tipos de radiação, sendo que a principal delas, a radiação ultravioleta, é a principal causadora de câncer de pele. No último século, devido ao desenvolvimento industrial, passaram a ser utilizados produtos que emitem clorofluorcarbono (CFC), um gás que ao atingir a camada de ozônio destrói as moléculas que a formam (O3), causando assim a destruição dessa camada da atmosfera. Sem essa camada, a incidência de raios ultravioletas nocivos à Terra fica sensivelmente maior, aumentando as chances de contração de câncer. Nos últimos anos tentou-se evitar ao máximo a utilização do CFC e, mesmo assim, o buraco na camada de ozônio continua aumentando, preocupando cada vez mais a população mundial. As ineficientes tentativas de se diminuir a produção de CFC, devido à dificuldade de se substituir esse gás, principalmente nos refrigeradores, provavelmente vêm fazendo com que o buraco continue aumentando, prejudicando cada vez mais a humanidade. Um exemplo do fracasso na tentativa de se eliminar a produção de CFC foi a dos EUA, o maior produtor desse gás em todo planeta. Em 1978 os EUA produziam, em aerosóis, 470 mil toneladas de CFC, aumentando para 235 mil em 1988. Em compensação, a produção de CFC em outros produtos, que era de 350 mil toneladas em 1978, passou para 540 mil em 1988, mostrando a necessidade de se utilizar esse gás em nossa vida quotidiana. É muito difícil encontrar uma solução para o problema. O buraco A região mais afetada pela destruição da camada de ozônio é a Antártida. Nessa região, principalmente no mês de setembro, quase a metade da concentração de ozônio é misteriosamente sugada da atmosfera. Esse fenômeno deixa à mercê dos raios ultravioletas uma área de 31 milhões de quilômetros quadrados, maior que toda a América do Sul, ou 15% da superfície do planeta. Nas demais áreas do planeta, a diminuição da camada de ozônio também é sensível; de 3 a 7% do ozônio que a compunha já foi destruído pelo homem. Mesmo menores que na Antártida, esses números representam um enorme alerta ao que nos poderá acontecer, se continuarmos a fechar os olhos para esse problema. O que são os raios ultravioleta Raios ultravioletas são ondas semelhantes a ondas luminosas, as quais se encontram exatamente acima do extremo violeta do espectro da luz visível. O comprimento de onda dos raios ultravioletas varia de 4,1 x 10-4 até 4,1 x 10-2 mm, sendo que suas ondas mais curtas são as mais prejudiciais. A reação As moléculas de clorofluorcarbono, ou Freon, passam intactas pela troposfera, que é a parte da atmosfera que vai da superfície até uma altitude média de 10.000 metros. Em seguida essas moléculas atingem a estratosfera, onde os raios ultravioletas do sol aparecem em maior quantidade. Esses raios quebram as partículas de CFC (ClFC) liberando o átomo de cloro. Este átomo, então, rompe a molécula de ozônio (O3), formando monóxido de cloro (ClO) e oxigênio (O2). A reação tem continuidade e logo o átomo de cloro libera o de oxigênio que se liga a um átomo de oxigênio de outra molécula de ozônio, e o átomo de cloro passa a destruir outra molécula de ozônio, criando uma reação em cadeia. Por outro lado, existe a reação que beneficia a camada de ozônio: Quando a luz solar atua sobre óxidos de nitrogênio, estes podem reagir liberando os átomos de oxigênio, que se combinam e produzem ozônio. Estes óxidos de nitrogênio são produzidos continuamente pelos veículos automotores, resultado da queima de combustíveis fósseis. Infelizmente, a produção de CFC, mesmo sendo menor que a de óxidos de nitrogênio, consegue, devido à reação em cadeia já explicada, destruir um número bem maior de moléculas de ozônio que as produzidas pelos automóveis. Porque na Antártida Em todo o mundo as massas de ar circulam, sendo que um poluente lançado no Brasil pode atingir a Europa devido a correntes de convecção. Na Antártida, por sua vez, devido ao rigoroso inverno de seis meses, essa circulação de ar não ocorre e, assim, formam-se círculos de convecção exclusivos daquela área. Os poluentes atraídos durante o verão permanecem na Antártida até a época de subirem para a estratosfera. Ao chegar o verão, os primeiros raios de sol quebram as moléculas de CFC encontradas nessa área, iniciando a reação. Em 1988, foi constatado que na atmosfera da Antártida, a concentração de monóxido de cloro é cem vezes maior que em qualquer outra parte do mundo. No Brasil ainda há pouco com que se preocupar No Brasil, a camada de ozônio ainda não perdeu 5% do seu tamanho original, de acordo com os instrumentos medidores do INPE (Instituto de Pesquisas Espaciais). O instituto acompanha a movimentação do gás na atmosfera desde 1978 e até hoje não detectou nenhuma variação significante, provavelmente pela pouca produção de CFC no Brasil em comparação com os países de primeiro mundo. No Brasil apenas 5% dos aerosóis utilizam CFC, já que uma mistura de butano e propano é significativamente mais barata, funcionando perfeitamente em substituição ao clorofluorcarbono. Os males A principal conseqüência da destruição da camada de ozônio será o grande aumento da incidência de câncer de pele, desde que os raios ultravioletas são mutagênicos. Além disso, existe a hipótese segundo a qual a destruição da camada de ozônio pode causar desequilíbrio no clima, resultando no "efeito estufa", o que causaria o descongelamento das geleiras polares e conseqüente inundação de muitos territórios que atualmente se encontram em condições de habitação. De qualquer forma, a maior preocupação dos cientistas é mesmo com o câncer de pele, cuja incidência vem aumentando nos últimos vinte anos. Cada vez mais aconselha-se a evitar o sol nas horas em que esteja muito forte, assim como a utilização de filtros solares, únicas maneiras de se prevenir e de se proteger a pele.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O desmatamento na Amazônia



A Amazônia está situada em sua porção centro-norte; é cortada pela linha equatorial e, portanto, compreendida em área de baixas latitudes. Ocupa cerca de 2/5 do continente e mais da metade do Brasil. Inclui 9 países (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela). A Amazônia brasileira compreende 3.581 Km2, o que equivale a 42,07% do país. A chamada Amazônia Legal é maior ainda, cobrindo 60% do território em um total de cinco milhões de Km2. Ela abrange os estados do Amazonas, Acre, Amapá, oeste do Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Roraima e Tocantins.

O clima é do tipo equatorial, quente e úmido, com a temperatura variando pouco durante o ano, em torno de 26ºC.

É muito comum na região, os períodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor d'água trazido do leste pelos ventos.

A grande bacia fluvial do Amazonas possui 1/5 da disponibilidade mundial de água doce e é recoberta pela maior floresta equatorial do mundo, correspondendo a 1/3 das reservas florestais da Terra.

Apesar de ser o maior estado brasileiro (Amazonas), possui a menor densidade demográfica humana, com menos de 10% da população do país, 7.652.500 habitantes.

Meios de transportes e Zona Franca

O transporte fluvial é ainda o mais importante, mas começa a ser complementado pelas rodovias federais, como a Transamazônica, a Belém - Brasília e a Manaus - Porto Velho. O aeroporto de Manaus tornou-se um dos principais do país em volume de carga embarcada, sendo utilizado para o escoamento da produção das indústrias eletrônicas da Zona Franca, estabelecida em 1967como área livre de importação e exportação. Nessa área, as mercadorias procedentes do exterior não pagam impostos de importação, quando se destinam ao consumo local, às indústrias da região, ou à reestocagem para reexportação.

Economia

A economia é dominada pelo extrativismo vegetal, exercido sobre uma flora com enorme variedade de espécies. Além da seringueira e do caucho, de onde se extrai a borracha, são coletadas a castanha-do-pará, vários tipos de madeira, gomas, guaraná, babaçu, malva e muitas outras. O extrativismo mineral, de gemas e pedras preciosas começa a assumir maior importância, já que a região possui inúmeros recursos, até hoje pouco explorados: ouro no Pará, no Amazonas, em Roraima e no Amapá; ferro no Pará (serra dos Carajás), no Amapá e no Amazonas; sal-gema no Amazonas e no Pará; manganês no Amapá (serra do Navio), no Pará e no Amazonas; bauxita no Pará (Oriximiná, no rio Trombetas, e em Tucuruí), além de calcário, cassiterita, linhita, gipsita, cobre, estanho, chumbo, caulim, diamante e níquel.

Na agricultura, as principais lavouras são as de juta, pimenta-do-reino, arroz, milho, cacau e mandioca. A criação de gado bovino concentra-se na região de Marajó, nos arredores de Porto Velho (Roraima), no Amapá e no norte dos Estados de Tocantins e Mato Grosso. A pesca do pirarucu e de outros peixes serve ao consumo local. Várias hidrelétricas, como as de Tucuruí, no rio Tocantins, no Estado do Pará, e a de Balbina, no Estado do Amazonas, próxima de Manaus, foram construídas.

Desmatamento da Floresta Amazônica

A Amazônia abriga 33% das florestas tropicais do planeta e cerca de 30% das espécies conhecidas de flora e fauna. Hoje, a área total vítima do desmatamento da floresta corresponde a mais de 350 mil Km2, a um ritmo de 20 hectares por minuto, 30 mil por dia e 8 milhões por ano. Com esse processo, diversas espécies, muitas delas nem sequer identificadas pelo homem, desapareceram da Amazônia. Sobretudo a partir de 1988, desencadeou-se uma discussão internacional a respeito do papel da Amazônia no equilíbrio da biosfera e das conseqüências da devastação que, segundo os especialistas, pode inclusive alterar o clima da Terra.


Povos primitivos

A Amazônia é um dos poucos redutos do planeta onde ainda vivem povos humanos primitivos, dezenas de tribos que espalham-se em territórios dentro da mata, mantendo seus próprios costumes, linguagens e culturas, inalterados por milhares de anos. Antropólogos acreditam que ainda existam povos primitivos desconhecidos, vivendo nas regiões mais inóspitas e inacessíveis. As características do clima e do solo da região amazônica, pouco propícias à conservação de materiais, não deixaram muitos vestígios sobre a vida dos povos pré-colombianos. Mas o patrimônio arqueológico é precioso, com registros que chegam a 10.000 a.C. A riqueza da cerâmica, com suas pinturas elaboradas, demonstra que muitos desses povos atingiram um estágio avançado de organização social, sempre guiados por uma forte relação com a natureza.

Folclore

As origens do folclore da região amazônica se perdem no tempo, mas as raízes negras, indígenas e africanas continuam presentes e são encontradas em diversas manifestações culturais, mostrando influência de todos esses povos, transformada em rituais próprios e característicos da região. Na dança, na música como o carimbó, marabaixo e o boi-bumbá.

Tribos Indígenas:

  • Arara
  • Bororo
  • Gavião
  • Katukina
  • Kayapó
  • Kulína
  • Marubo
  • Sateré - Mawé
  • Tenharim
  • Tikuna
  • Tukâno
  • Wai-Wai
  • Yanomami

Chuvas e inundações na bacia amazônica

A bacia amazônica é um dos locais mais chuvosos do planeta, com índices pluviométricos anuais de mais de 2.000 mm por ano, podendo atingir 10.000 mm em algumas regiões. Durante os meses de chuva, a partir de dezembro, as águas sobem em média 10 metros, podendo atingir 18 metros em algumas áreas. Isso significa que durante metade do tempo, grande parte da planície amazônica fica submersa, caracterizando a maior área de floresta inundada do planeta, cobrindo uma área de 700.000 Km2.

Rio Amazonas

Em 1541, o espanhol Francisco de Orellana e seus homens navegavam no rio Napo (que desemboca em outro rio maior), a leste dos Andes. Passaram-se meses, e era incontável o número de afluentes que engrossavam as águas do imenso rio. A certa altura, a embarcação é atacada por um grupo de indígenas, que disparam flechas envenenadas. Orellana dá ordem para seus homens desviarem o barco, afastando-o do alcance dos índios. Após safar-se do perigo, Orellana, impressionado com o aspecto dos indígenas, que acredita serem mulheres, lembra-se das Amazonas - as guerreiras da mitologia grega - e batiza o rio que passa a se chamar rio das Amazonas.

O rio Amazonas começa no Peru, na confluência dos rios Ucayali e Maranõn. Entra no Brasil com o nome de Solimões e passa a chamar-se Amazonas quando recebe as águas do rio Negro, no interior do Estado do Amazonas.

No período das chuvas, os rio chega a crescer 16 metros acima de seu nível normal e inunda vastas extensões da planície, arrastando consigo terras e trechos da floresta. Sua largura média é de 12 quilômetros, atingindo freqüentemente mais de 60 quilômetros durante a época de cheia. As áreas alagadas influenciadas pela rede hídrica do Amazonas, formam uma bacia de inundação muito maior que muitos países da Europa juntos. Apenas a ilha do Marajó, na foz do Amazonas, é maior que a Suíça.

O rio Amazonas conta com mais de 1.000 afluentes e é o maior e mais largo rio do mundo e o principal responsável pelo desenvolvimento da floresta Amazônica. O volume de suas águas representa 20% de toda a água presente nos rios do planeta. Têm extensão de 6.400 quilômetros, vazão de 190.000 metros cúbicos por segundo (16 vezes maior que a do rio Nilo). Na foz, onde deságua no mar, a sua largura é de 320 quilômetros. A profundidade média é de 30 a 40 metros.

O rio Amazonas disputa com o Nilo o título de maior rio do mundo, mas é imbatível em volume d'água. Recebe cerca de 200.00 Km2 água por segundo e, em alguns pontos, o rio é tão largo que não dá para ver a outra margem.

Pororoca

Na foz do rio Amazonas, quando a maré sobe, ocorrem choques de águas, elevando vagalhões que podem ocasionar naufrágios e são ouvidos a quilômetros de distância, é a pororoca.

O volume de água do rio Amazonas é tão grande que sua foz, ao contrário dos outros rios, consegue empurrar a água do mar por muitos quilômetros. O oceano atlântico só consegue reverter isso durante a lua nova quando, finalmente, vence a resistência do rio. O choque entre as águas provoca ondas que podem alcançar até 5m e avança rio adentro. Este choque das águas tem uma força tão grande que é capaz de derrubar árvores e modificar o leito do rio.

No dialeto indígena do baixo Amazonas o fenômeno da pororoca tem o seu significado exato, poroc-poroc, que significa destruidor.

Embora a pororoca aconteça todos os dias, o período de maior intensidade no Brasil acontece entre janeiro e maio e não é um fenômeno exclusivo do Amazonas. Acontece nos estuários rasos de todos rios que desembocam no golfo amazônico e no rio Araguari, no litoral do Estado do Amapá, e também nos rios Sena e Ganges.

Rio Negro

Suas águas são mesmo muito escuras. Isso acontece por causa da decomposição da matéria orgânica vegetal que cobre o solo das florestas e é carregada pela inundações.

Como a água é muito ácida e pobre em nutrientes, é este processo que garante a maior parte dos alimentos consumidos pela fauna aquática.

Rio Solimões

Quando o rio Solimões se encontra com o Negro (ganhando o nome de rio Amazonas), ele fica bicolor. Isso acontece por que as águas, com cores contrastantes, percorrem vários quilômetros sem se misturar.


Desmatamento na Amazônia calculado via satélite pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para o mês de julho foi de 323 quilômetros quadrados, uma área quase do tamanho de Ilhabela, no litoral paulista. O número, divulgado ontem, representa uma queda brusca em relação a junho (63%), maio (70,5%) e abril (71%) - justamente na época em que a pressão sobre a floresta costuma ser mais forte, por causa da seca. Essa é a boa notícia.

link Veja o histórico do desmatamentoespecial

A má notícia é que, ainda assim, o desmatamento acumulado nos últimos 12 meses (8.147 km2) foi 64% maior do que no ano passado, quando o Inpe registrou 4.974 km2 de floresta perdida. A taxa anual de desmate na Amazônia é calculada de 1º de agosto de um ano a 31 de julho do ano seguinte.

"O peso da má notícia é muito maior do que o da boa. Isso é o que mais preocupa", avaliou Roberto Smeraldi, diretor da organização Amigos da Terra - Amazônia Brasileira.

Os números, por enquanto, são do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), de menor resolução, que só identifica áreas maiores que 25 hectares. A taxa anual "verdadeira" será calculada nos próximos meses com base em imagens do sistema Prodes, de alta resolução, que detecta clareiras de até 6 hectares.

Não há dúvida de que o desmatamento este ano será maior do que em 2007, quebrando uma seqüência de três anos de queda. Resta saber quanto. O total do Prodes é sempre maior do que o do Deter, porque o sistema "enxerga" muitos desmates pequenos que não são vistos nas imagens de menor resolução.

A diferença entre as taxas do Deter e do Prodes foi de 29% em 2006 e 132%, em 2007. "A variação anual significativa entre pequenos e grandes desmatamentos indica que não se pode estimar o Prodes com base no Deter", disse Câmara ao Estado. Ele acha improvável, porém, que o aumento oficial seja tão grande (64%). Nesse caso, a taxa anual do Prodes saltaria de 11.532 km2 para 18.900 km2 - acima da taxa de 2005, quando os índices começaram a cair.

Outra diferença é que o Prodes calcula apenas áreas de corte raso, onde a floresta foi completamente derrubada, enquanto o Deter registra áreas de corte raso e floresta degradada. Segundo o Inpe, 79,5% dos 323 km2 de desmatamento detectados em julho foram corte raso.

A maior parte dos desmatamentos - até 90%, segundo estimativas - é ilegal. Em julho, o Estado com mais área desmatada foi o Pará, com 235 km2 de floresta derrubada ou degradada. No acumulado de 12 meses, porém, a "medalha de ouro" ficou com Mato Grosso, responsável por 55,7% da área total desmatada na Amazônia. O Pará aparece em um distante segundo lugar (20,7%), seguido de Rondônia (8,7%) e Roraima (6,5%).

Mata Atlântica



A natureza exuberante que se estendia pelos cerca de 1,3 milhão de quilômetros quadrados de Mata Atlântica na época do descobrimento marcou profundamente a imaginação dos europeus. Mais do que isso, contribuiu para criar uma imagem paradisíaca que ainda hoje faz parte da cultura brasileira, embora a realidade seja outra. A exploração predatória a que fomos submetidos destruiu mais de 93% deste “paraíso”. Uma extraordinária biodiversidade, em boa parte peculiar somente a essa região, seriamente ameaçada.

A Mata Atlântica abrange as bacias dos rios Paraná, Uruguai, Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha e São Francisco. Originalmente estendia-se por toda a costa nordeste, sudeste e sul do país, com faixa de largura variável, que atravessava as regiões onde hoje estão as fronteiras com Argentina e Paraguai.

Espécies imponentes de árvores são encontradas no que ainda resta deste bioma, como o jequitibá-rosa, que pode chegar a 40 metros de altura e 4 metros de diâmetro. Também destacam-se nesse cenário várias outras espécies: o pinheiro-do-paraná, o cedro, as figueiras, os ipês, a braúna e o pau-brasil, entre muitas outras. Na diversidade da Mata Atlântica são encontradas matas de altitude, como a Serra do Mar (1.100 metros) e Itatiaia (1.600 metros), onde a neblina é constante.

Paralelamente à riqueza vegetal, a fauna é o que mais impressiona na região. A maior parte das espécies de animais brasileiros ameaçados de extinção são originários da Mata Atlântica, como os micos-leões, a lontra, a onça-pintada, o tatu-canastra e a arara-azul-pequena. Além desta lista, também vivem na região gambás, tamanduás, preguiças, antas, veados, cotias, quatis etc.

Apesar da devastação sofrida, a riqueza das espécies animais e vegetais que ainda se abrigam na Mata Atlântica é espantosa. Em alguns trechos remanescentes de floresta os níveis de biodiversidade são considerados os maiores do planeta.

Derretimento das geleiras



O derretimento dos glaciares já é um fato real no sul da Argentina. De acordo com o Greenpeace - que revelou em março o derretimento do glaciar Viedma - nos últimos 20 anos as geleiras da Patagônia reduziram sua extensão entre 10% e 20%.

O Greenpeace alerta que se essa tendência continuar, muitas das geleiras da Patagônia desaparecerão nos próximos 20 ou 30 anos.

A situação é mais crítica na Cordilheira dos Andes. O Instituto de Estudos Científicos da Venezuela calculou em abril que as geleiras dos Andes venezuelanos retrocederam cerca de 70% nos últimos 30 anos. A montanha mais afetada é o Pico Bolívar, a mais alta do país, com 4.980 metros de altitude.

Na Cordilheira Blanca, ao norte do Peru, o glaciar Broggi desapareceu em 2005 em consequência do aquecimento global.

Marco Zapata, diretor da Unidade de Glaciologia do Inrena (Instituto Nacional de Recursos Naturais), disse que a superfície da Cordilheira Blanca, que possui 663 geleiras, mais de 200 nevados, 296 lagos e 44 rios importantes, é atualmente de 535 km², segundo imagens de satélites de 2002 e 2003, o que representa uma redução de 25%, comparado a 1970.

A Unesco lançou também um alerta na região, rica em tesouros arqueológicos, no ano passado ao prever que as variações climáticas ameaçariam regiões declaradas Patrimônio Mundial.

Entre eles, a zona arqueológica de Chan Chan no Peru, a antiga capital do Reino Chimu, uma das mais importantes da América e que possui uma arquitetura de adobe afetada pelas chuvas do fenômeno do El Niño.

O mesmo ocorre com a zona arqueológica pré-colombiana de Chavín, a 460 quilômetros de Lima e localizada dentro do Parque Nacional Huascarán, paraíso de flora e fauna que contém espécies pouco comuns como o condor andino, a perdiz de puna e o urso-de-óculos.

Na Costa Rica a Unesco se preocupa com a Área de conservação Guanacaste, onde nos últimos 20 anos se extinguiram 110 espécies de sapos.

Os cientistas também prevêem que o aumento do nível do mar devido ao derretimento do gelo causará graves problemas nas regiões pantanosas e com deltas, especialmente no Equador, Colômbia e Brasil, onde o perímetro da floresta amazônica pode se converter em uma savana.

Segundo o IPCC (Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas), entre 2000 e 2005 houve 2,5 vezes mais eventos extremos climáticos na região do que entre 1970 e 2000, e essa tendência deverá seguir. O IPCC prevê mais furacões, secas, chuvas torrenciais, granizo e desertificação na América Latina nos próximos anos.

Outra preocupação é o aumento de problemas de saúde, especialmente a massificação das doenças tropicais como a malária e a dengue, que nos últimos anos alcançou proporções de epidemia no Brasil, Honduras, El Salvador e Venezuela, de acordo com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

Ameaça nas geleiras do Himalaia



O aquecimento global pode extinguir enormes pedaços das geleiras do Himalaia e em planaltos vizinhos, ameaçando a subsistência de milhões de asiáticos, disseram climatologistas, em Pequim, na segunda-feira (23).

O aquecimento provocado por gases do efeito estufa já levou ao encolhimento das geleiras nas montanhas que separam a China do sul da Ásia, segundo especialistas.

Um dos autores de um estudo da ONU sobre o clima disse que a aceleração do derretimento pode perturbar seriamente o fluxo dos rios e os padrões pluviais em toda a Ásia.

"Se a taxa de aumento das temperaturas não mudar, as geleiras sobre o platô de Qinghai-Tibete vão encolher rapidamente, de 500 mil quilômetros quadrados em 1995 para talvez 100 mil quilômetros quadrados em 2030", disse Wu Shaohong, da Academia Chinesa de Ciências, em entrevista coletiva.

As geleiras no Himalaia e no Planalto de Qinghai-Tibete são uma importante fonte de água para grandes rios, como o Yang-tse (China), o Mekong (Sudeste Asiático) e o Ganges (Índia).

Há incerteza sobre a rapidez com que o aquecimento global atingiria as geleiras, disse Wu a jornalistas, após a conferência para explicar as previsões divulgadas, neste mês, pelo Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática (IPCC).

Outro importante climatologista chinês, Qin Dahe, fez uma estimativa mais modesta, dizendo que cerca de um quarto das geleiras do platô do Tibete pode derreter até meados do século.

Mas, mesmo com estimativas mais conservadoras, os climatologistas dizem que o desaparecimento das geleiras vai ameaçar o padrão de chuvas, o fluxo dos rios e a agricultura em toda a Ásia. Rios alimentados por geleiras podem inicialmente subir, devido ao degelo, e depois secar, com o sumiço do gelo.

"As geleiras são vitais para a economia nacional e a subsistência das pessoas", disse Qin.

Um importante climatologista indiano disse que o sul da Ásia também seria ameaçado pelo fim das geleiras. "Trata-se de uma região que é realmente o celeiro do sul da Ásia", disse Rajendra Pachauri, presidente da comissão da ONU, referindo-se ao norte do subcontinente indiano, que depende das águas das montanhas. Pachauri disse que os lençóis freáticos também seriam ameaçados pelo degelo.

"Teremos de nos adaptar. Teremos de usar a água muito mais eficientemente do que no passado", afirmou, acrescentando que a única chance de conter o aquecimento é convencer os países ricos a cortar dramaticamente as suas emissões de gases do efeito estufa.

Há poucos dias, a China divulgou publicamente sua primeira avaliação nacional sobre a mudança climática, que prevê uma redução de cerca de 27% na área coberta por geleiras no oeste do país até meados do século.

Por causa disso, alerta o relatório, "muitos lagos vão transbordar e então encolher, pântanos vão recuar, a desertificação vai se ampliar e os pastos vão diminuir".

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